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De que vale o orgulho se a vida se desfaz com um sopro?



Uma das doenças mais comuns do homem em todos os tempos, consiste em enxergar o mal e os defeitos dos outros antes de ver o seu próprio. E a origem dessa atitude comum a quase todos nós habitantes deste planeta-escola, chama-se orgulho. Nele está a origem de quase todos os nossos defeitos e o motivo da ausência de quase todas as virtudes. Mas ao contrário do que se possa imaginar num primeiro momento, ele, por si só, não é o grande problema, mas sim o descontrole dos seus efeitos, pois no atual estágio evolutivo em que nos encontramos enquanto espíritos aprendizes, temos enormes dificuldades em controlar os nossos sentimentos inferiores que nos fazem, ainda, seres muito atrasados na longa caminhada através dos milênios rumo ao nosso destino de espíritos puros, afinal, fomos criados, todos, indistintamente, para a felicidade plena.

É verdade que uns chegarão antes, outros depois, mas todos chegaremos ao mesmo destino. Tudo é uma questão de tempo. Extirpar o orgulho não é uma tarefa simples, pois exige um trabalho muito árduo que se inicia com dois passos importantes no processo da evolução espiritual. O primeiro chama-se autoconhecimento, que é, aliás, o mais fácil. E o segundo, por via de consequência, o mais difícil, chama-se autocorreção. Este, o segundo, depende do primeiro, pois somente podemos corrigir algo quando conhecemos o que está errado. E aí é que está a grande dificuldade da questão, qual seja, corrigir o que nunca enxergamos como errado, pois sempre convivemos com uma imagem superdimensionada que fazemos de nós mesmos. É a supervalorização do eu que nos leva a pensar que temos virtudes e qualidades maiores do que aquelas que realmente possuímos. Essa visão distorcida de nós mesmos se dá por uma única razão, a de que o orgulho interfere decisivamente na nossa formulação de juízos corretos com relação a nós mesmos.

O orgulhoso, muitas vezes, vive de idealizações do seu imaginário, multiplicando a sua autoimagem em qualidades que nem sempre possui tentando fazer com que todos acreditem que ele seja quem ele próprio acredita que é. A substituição desse sentimento inferior não tem origem na vida atual, pois, com certeza, nos acompanha por muitas encarnações passadas e somente será extirpado com grandes esforços nas muitas encarnações futuras. Derivam desse sentimento inferior vários subprodutos dele como a mágoa, a soberba, o desprezo e tantos outros alimentadores desse que, ao contrário da humildade que é a mãe de quase todas as virtudes, ele, o orgulho, é o pai de quase todos os defeitos. Sua minimização é um processo longo e trabalhoso devido ao baixo nível evolutivo de todos nós, seres habitantes deste planeta de aprendizado chamado Terra. Aliás, somos e vivemos tão distraídos com relação ao que viemos fazer aqui, que nos esquecemos de exercitar o nosso raciocínio lógico para perguntar: de que vale o orgulho se a vida se desfaz com um sopro?

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